
Quando ele nasceu, as tribos mongóis eram governadas por algumas famílias que de vez em quando conviviam pacificamente, mas em geral dedicavam a maior parte do tempo a combater-se. Uma tribo sujeitava outra, roubava seus rebanhos e outros bens, incluindo neste as mulheres. E assim foi que, por volta de 1196, a tribo dos Merkitas saqueou o acampamento do clã dos Borgigin e tomou a mulher de um dos seus membros ilustres. O marido ultrajado resolveu ir à desforra: fez aliança com outra tribo e lançou-se à luta. E venceu, retomou a sua esposa, ganhou muito prestigio e foi nomeado chefe da tribo. Também mudou de nome: de Temugin para Gengis – palavra que significa em idioma mongol antigo, inflexível. Atacou os temíveis tártaros, vencendo-os, e ganhou também as simpatias da dinastia Chin que reinava na China setentrional, ou seja, ao sul das terras mongóis, e que também era constantemente ameaçada pelos tártaros. Dominadas, pouco a pouco, todas as tribos mongóis, Gengis Khan decidiu legalizar seu poder. Em 1206, reuniu um grande kuriltai – Assembléia geral das famílias nobres dessas tribos –, que o proclamou Khan-khan, senhor dos senhores, ou seja, chefe supremo. A assembléia toma a decisão de unificar as tribos e clãs numa única nação, vasta e potente, que recebe o nome de Estado Mongol. Gengis Khan sentia-se como executor de uma missão divina: “Um único sol no céu, um único soberano na Terra”, costumava dizer sobre si mesmo. Com esse objetivo, transformou a não desprezível força militar dos mongóis num verdadeiro exercito nacional, estruturando-o sob seu comando pessoal. Reuniu os códigos de leis das diferentes tribos numa só constituição, o Jasak. E julgou que era chegada a hora de expansão.
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